Os amarelos de novembro

"Não tem palavras a minha canção preferida. Tem antes
os amarelos queimados de novembro. Gosto de gente antiga e
obscura, gente culpada, jovem ou envelhecida para
quem a vida não passa de um contínuo de sombra
por isso sei abraçar       por isso partem sem regresso.
Sombras que surpreendo - não quebres, não 
estragues o amarelo de novembro.

E aquele que está sentado à nossa frente é entre
todas as coisas
a ideia mais perfeita, a mais real, a mais sólida.
No instante seguinte nada sabemos.
É assim o nosso modo de ser e a própria
condição do amor. Destruir,
riscar até desaparecerem os amarelos de novembro."

João Miguel Fernandes Jorge, ANTOLOGIA DOS POEMAS, ed. Relógio De Água
Imagem: MB, Lisboa, Museu da Carris, 08.04.2017



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