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A mostrar mensagens de julho, 2020

As palavras....

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"As palavras pesam e dizem mais do que dizem." Victor Klemperer , citado por Rosa Montero in  A Louca da Casa Imagem: MB, Alhos Vedros, 4-5-2019 

Campo de forças

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" A Foto-retrato é um campo de forças fechado. Aí se cruzam, se confrontam e se deformam quatro imaginários: Perante a objectiva, eu sou simultaneamente aquele que eu julgo ser, aquele que eu gostaria que os outros julgassem que eu fosse, aquele que o fotógrafo julga que sou e aquele de quem ele se serve para exibir a sua arte ."   A câmara clara,    Roland Barthes Imagem: MB, dezembro 2017

Sala provisória

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" Nunca se sabe quando estamos num lugar pela última vez. Numa casa que vai ser demolida, numa sala provisória que vai encerrar, num velho café que mudará de ramo, como página virada jamais reaberta, como canção demasiado gasta, como abraço tornado irrepetível, numa  porta a que não voltaremos" Inês Lourenço ,  O segundo olhar   Imagem: MB, Alhos Vedros, 04.05.2019 

Leveza

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"Socorre-me, devolve-me a leveza  da primeira nuvem que avistares."  Daniel Faria ,  Poesia Imagem: MB, Alhos Vedros, 04.05.2019

A vida e o tempo

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 " As pessoas têm reclamado da quantidade de vida que estão desperdiçando durante o isolamento social. A sensação é de que 2020 já era, foi um ano morto. Há quem inclusive faça piada dizendo que não trocará de idade, manterá a do ano passado, até que possa festejar seu aniversário de novo.   É natural acreditar que a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados. Ao cumprir inúmeras tarefas, utilizando todas as horas do dia com atividades práticas, parece que conseguimos manter a morte à distância – brincando de Deus, nosso hobby.    Mas aí vem essa crise sanitária que nos paralisa e nos joga na cara, diariamente, um número preocupante de óbitos. Manter a morte à distância não está mais relacionado com agitação, e sim com ficar parado dentro de casa, por mais que tanta gente não consiga compreender e tirar proveito disso.  Poderíamos ser menos obtusos se Filosofia fosse matéria escolar obrigatória, mas os alunos continuam tendo acesso apenas ao pensamento de seus ídolos, que cer

Exercício criativo

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" ... a paixão talvez seja o exercício criativo mais comum da Terra (quase todos, algum dia, inventámos o amor), e porque é a nossa via mais habitual de conexão com a loucura. Em geral, os humanos não permitem a si próprios outros delírios, além do amoroso. A alienação passageira da paixão é uma loucura socialmente aceite. É uma válvula de segurança que nos permite continuar a ser sensatos em tudo o resto." Rosa Montero , in   A Louca da Casa   Imagem: MB, Alcochete, 21.06.2020

Se tu soubesses...

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". .. se tu soubesses a quantidade de vidas diferentes que pode haver numa só vida ..." Rosa Montero , in   A Louca da Casa   Imagem: MB, Lisboa, Central Tejo, 13.06.2020

Pó de estrelas

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" Assim passamos a vida, desejando aquilo que é maior do que nós, o pó das estrelas que um dia fomos." Rosa Montero , in  A Louca da Casa Imagem: MB, Moita, 21.07.2020

Para hacer las cosas bien ...

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"Para hacer las cosas bien es necessário: primero, el amor; segundo, la técnica." António Gaudi  Imagem: MB, Alhos Vedros, 04.05.2019  

A vida responsável

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" Conduzir mas sem ter um acidente, comprar massas e desodorizantes e cortas unhas às minhas filhas. Madrugar outra vez e ter cuidado em não dizer inconveniências, esmerar-me na prosa de umas folhas e estou-me nas tintas para elas, retocar de vermelho cada face. Lembrar-me da consulta ao pediatra, responder ao correio, estender roupa, declarar rendimentos, ler uns livros, fazer umas chamadas telefónicas. Bem gostaria de me dar o luxo de ter o tempo todo que quisesse para só fazer coisas esquisitas, coisas desnecessárias, prescindíveis e, sobretudo, inúteis e patetas. Por exemplo, amar-te com loucura." Amalia Bautista Imagem: MB, Alhos Vedros, 04.05.2019

Agradecer...

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"Outra das coisas que se aprende com a idade é a aceitar as coisas conforme nos aparecem. E até a agradecer." Rosa Montero , in  A Louca da Casa Imagem: MB, Rosário, 15.05.2020

Sombra e fruto

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"A sombra da minha árvore é para quem passa, o seu fruto é para quem estou à espera." Rabindranath Tagore , A ASA E A LUZ, tradução de Joaquim M. Palma, edição Assírio & Alvim Imagem: MB, Moita, 19.07.2020 

Formas que se tornam outras

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" Gosto de formas que se tornam outras" Júlio Pomar , in “Da cegueira dos pintores”, de 1986.     Imagem: MB, Alhos Vedros, 04-05-2019 

Alma de pássaro

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"O pássaro voava. Um dia caiu. Partiu a asa... E desistiu. Passou a andar no chão. Voar era estopada. Ser gato, ser cão... Não mais ave cansada. Pássaro já não era. Não o queria ser. Porque voltar a voar... Era voltar a perder. Quis aprender a miar, Quis aprender a ladrar. Mas...pássaro é sempre pássaro, Tem de voltar a voar. Se os sonhos se desfazem quando caímos no chão Quem diz que esse é o limite que agrilhoa o coração? A asa está curada. É preciso voltar a voar. A existência não é nada. Se nada há para sonhar." MLS Imagem: MB, Rosário, Maio 2014

Para amanhã...

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"É p'ra amanha Bem podias fazer hoje Porque amanha sei que voltas a adiar E tu bem sabes como o tempo foge Mas nada fazes para o agarrar (...) Foi mais um dia e tu nada viveste Deixas passar os dias sempre iguais Quando pensares no tempo que perdeste Entao tu queres mas é tarde demais (...) Eu sei que tu andas a procurar Esse lugar que acerte bem contigo Do que aparece nao consegues gostar E do que gostas ja esta preenchido" António Variações ,  É p'rá amanhã  (excertos) Imagem: MB, Sri Lanka, agosto 2013

Preconceitos...

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"Porque os nossos preconceitos nos aprisionam, nos diminuem, nos idiotizam; e quando esses preconceitos coincidem, como costuma acontecer, com a convicção majoritária, transformam-nos em cúmplices do abuso e da injustiça (...)" Rosa Montero, in  A louca da casa",  Livros do Brasil Imagem: MB, Alcochete, 21.06.2020

Devo estar a ficar velho ...

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A VELHICE (Por António Lobo Antunes) Devo estar a ficar velho: as Paulas Cristinas têm mais de 20 anos, os Brunos Miguéis já vão nos 15, as Kátias e as Sónias deram lugar a Martas, Catarinas, Marianas. A maior parte dos polícias são mais velhos do que eu. Comecei a gostar de sopa de Nabiças. A apetecer-me voltar mais cedo para casa. A observar, no espelho matinal, desabamentos, rugas imprevistas, a boca entre parêntesis cada vez mais fundos. A ver os meus retratos de criança como se fosse um estranho. A deixar de me preocupar com o futebol, eu que sabia de cor os nomes de todos os jogadores do Benfica (…). A desinteressar-me dos gelados do Santini que o Dinis Machado, de cigarrilha nas gengivas achava peitorais. Se calhar, daqui a pouco, uso um sapato num pé e uma pantufa de xadrez no outro e vou, de bengala, contar os pombos do Príncipe Real que circulam, de mãos atrás das costas como os chefes de repartição, em torno do cedro. Ou jogar sueca, com colegas de boina, na Alameda Afonso H