Janelas

 

Houve um tempo que das janelas
se viam os campos, o mar ao longe.
Olhavam-se os telhados das casas.
Avistava-se o vizinho defronte.
Surgiram depois outras janelas.
A televisão ligada.
A janela de um ônibus correndo,
de um carro numa estrada erma.
Me lembro da janela do colégio
aberta e o professor desaparecendo...
Do Micro diante do meu filho.
Janelas de todos os feitios.
Como setas que nos enviam pra longe.
Para um mundo sem fim nem começo.

Rogerio Skylab, in Revista Pessoa

Imagem: MB, Chambord - França, agosto 2016 



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