Préstimo
Um gato não serve realmente
para nada, vão quase seis séculos
desde o tempo das caravelas
onde embarcou com os marítimos para
extermínio dos roedores que
infestavam o porão das naus. Agora
só o dorso oferece às carícias
ou ao regaço o peso
do pequeno o corpo, ronronando
a grata beleza de existir.
Inês Lourenço, Préstimo (a Eugénio de Andrade) , DOIS CIMBALINOS ESCALDADOS, Vivências Portuenses (Antologia Poética), edição Sexto Sentido
Imagem: MB, Moita (Maggie & Bia), 01.03.2022
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