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A mostrar mensagens de fevereiro, 2025

Os únicos a saber...

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  “O cérebro permite-nos ter a capacidade de nos espantarmos, indignarmos ou arrependermos. Cada cérebro humano é o realizador de uma narrativa original, pegando no passado, fazendo projecções contínuas para o futuro. Apenas 1,6% dos genes nos separam dos chimpanzés mas eles, tal como as restantes espécies, vivem o aqui e o agora. Esse terá sido um dos grandes trunfos que permitiu ao ser humano trilhar o caminho da imaginação, da criatividade e construir civilizações aliando um polegar oponível singular a um cérebro poderoso. Mas não sem o implacável efeito colateral: somos os únicos, entre as espécies, que nos interrogamos sobre o nosso lugar no mundo. Somos os únicos que sabemos que vamos morrer.” Série documental “Deus Cérebro” (pode ser vista na RTP Play) Imagem: MB, Lisboa, 18.02.2025

Recomeços

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  "Dá-nos Senhor, a coragem dos recomeços. Mesmo nos dias quebrados faz-nos descobrir limiares límpidos. Não nos deixes acomodar ao saber daquilo que foi: dá-nos largueza de coração para abraçar aquilo que é. Afasta-nos do repetido, do juízo mecânico que banaliza a história, pois a desventra de qualquer surpresa e esperança. Torna-nos atônitos como os seres que florescem. Torna-nos inacabados como quem precisa e deseja e antecipa um amanhã. Torna-nos confiantes como os que se atrevem a olhar tudo, e a si mesmos, com o encanto e a disponibilidade de uma primeira vez." José Tolentino Mendonça Imagem: MB, Moita, 18.02.2025

Vagueando

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   A minha poesia é assim como uma vida que vagueia pelo mundo, por todos os caminhos do mundo, desencontrados como os ponteiros de um relógio velho, que ora tem um mar de espuma, calmo, como o luar num jardim nocturno, ora um deserto que o simum veio modificar, ora a miragem de se estar perto do oásis, ora os pés cansados, sem forças para além. Que ninguém me peça esse andar certo de quem sabe o rumo e a hora de o atingir, a tranquilidade de quem tem na mão o profetizado de que a tempestade não lhe abalará o palácio, a doçura de quem nada tem a regatear, o clamor dos que nasceram com o sangue a crepitar. Na minha vida nem sempre a bússola se atrai ao mesmo norte. Que ninguém me peça nada. Nada. Deixai-me com o meu dia que nem sempre é dia, com a minha noite que nem sempre é noite como a alma quer. Não sei caminhos de cor. Fernando Namora Imagem: MB, Lisboa, 17.02.2025  

Ruga

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  "Na mágoa dos dias amor nasce-te uma ruga mesmo de alegria! António Reis, in  Poemas do Quotidiano,  Tinta da China Imagem: MB, Lisboa,  26.08.2024    

Sós como as estrelas

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  "Há dias inalcansáveis e sós como as estrelas. vivendo unicamente de alguns versos mortais." Alberto de Lacerda, in  Labareda,  Edição Tinta da China Imagem: MB, Paris - Notre Dame, 19.01.2025

À minha espera

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  "Quando eu der à costa gostava que fosses tu à minha espera, à minha procura, os teus olhos como faróis em flor e palavras inúteis de amor." Raquel Serejo Martins , in  Silêncio Sálico,  Poética Edições Imagem: MB, Barreiro, 05.08.2024

Abrir uma janela

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  Uma das coisas mais belas da vida é a oportunidade que temos ao abrirmos uma janela. Seja ela exterior para vermos o canto dos pássaros, seja ela interior para reconhecermos o solo fértil que carregamos dentro da alma. Adélia Prado Imagem: MB, Lisboa, 11.02.2025

Amor bastante

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  AMOR BASTANTE quando eu vi você tive uma idéia brilhante foi como se eu olhasse de dentro de um diamante e meu olho ganhasse mil faces num só instante basta um instante e você tem amor bastante Paulo Leminski Imagem: MB, Barreiro, 10.02.2025

Invisível

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  "I remembered that sadness very well. A sadness that can´t be explained, that doesn´t melt away over time, that quietly leaves invisible wounds, in a place you cannot see. And how can you deal with something you can´t see?" Haruki Murakami , in  The city and its uncertain walls Imagem: MB, Moita, 10.02.2025

Canção do dia de sempre

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  Tão bom viver dia a dia... A vida assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como estas nuvens no céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência... esperança... E a rosa louca dos ventos Presa à copa do chapéu. Nunca dês um nome a um rio: Sempre é outro rio a passar. Nada jamais continua, Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança Das outras vezes perdidas, Atiro a rosa do sonho Nas tuas mãos distraídas... Mario Quintana Imagem: MB, Lisboa, 04.02.2025

Leveza

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  A beleza em todas as coisas. "Há dois tipos de alimentos: os alimentos que alimentam o corpo e os alimentos que alimentam a alma. Os que alimentam o corpo, nós os representamos poeticamente pelo pão. (...) A alma não se alimenta de pão. Ela se alimenta de beleza. A beleza tem o efeito oposto ao do pão: ela nos torna cada vez mais leves. Não é raro que aqueles que dela se alimentam se tornem criaturas aladas e desapareçam no azul do céu, onde moram os deuses, os anjos e os pássaros. A beleza é coisa da leveza." Rubem Alves Imagem: MB, Moita, 03.11.2024

Perder-se

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  “Perder-se é uma maneira de fazer novos caminhos e quebrar a rotina. Ninguém acha um atalho sem se perder antes” Fabrício Carpinejar Imagem: MB, Gaio 03.01.2025

Como um sopro

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  "People are like breath, their days are like a fleeting shadow." Haruki Murakami, in  The city and its uncertain walls imagem: MB, Moita, 01.02.2025

Não te conheço, mas existes

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  Eu sei, não te conheço mas existes. por isso os deuses não existem, a solidão não existe e apenas me dói a tua ausência como uma fogueira ou um grito. Não me perguntes como mas ainda me lembro quando no outono cresceram no teu peito duas alegres laranjas que eu apertei nas minhas mãos e perfumaram depois a minha boca. Eu sei, não digas, deixa-me inventar-te. ao é um sonho, juro, são apenas as minhas mãos sobre a tua nudez como uma sombra no deserto. É apenas este rio que me percorre há muito e desagua em ti, Porque tu és o mar que acolhe os meus destroços. É apenas uma tristeza inadiável, uma outra maneira de habitares Em todas as palavras do meu canto. Tenho construído o teu nome com todas as coisas. tenho feito amor de muitas maneiras, docemente, lentamente desesperadamente à tua procura, sempre à tua procura até me dar conta que estás em mim, que em mim devo procurar-te, e tu apenas existes porque eu existo e eu não estou só contigo mas é contigo que eu quero ficar só porque é...