Tudo é para mim

 

"Tudo quanto existe
existe só para mim.

Esta folha que cai
este jornal que sobe levado pelo vento
todo o dia de hoje um século
o mundo inteiro e este pôr-do-sol
riscado na água a fogo
sempre apontando na minha direcção
para onde quer que me desloque
nesta orla marítima tão móvel
sobrevoado por estas aves
pesadíssimas na  translucidez do fim
tudo
tudo é para mim
tudo é da minha inteira responsabilidade."

Artur do Cruzeiro Seixas, Obra Poética II, Porto Editora

Imagem: MB, Moita, 08.11.2025





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