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Não me deixem tranquilo

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  N ão me deixem tranquilo não me guardem sossego eu quero a ânsia da onda o eterno rebentar da espuma As horas são-me escassas: dai-me o tempo ainda que o não mereça que eu quero ter outra vez idades que nunca tive para ser sempre eu e a vida nesta dança desencontrada como se de corpos tivéssemos trocado para morrer vivendo. Mia Couto , in   Raiz de Orvalho e outros poemas Imagem: MB, Lisboa, 18.10.2023