Transbordar

Não me basta ser: eu quero o transbordar de tudo, o desassombro que toda margem desconhece. Não me basta morar: quero ser habitado por quem ao destino desobedece. Não me basta viver: quero a vida como febre, o amor como lume e água. No final, saberás: o que se ama não regressa. O que se vive não começa. E o sonho nunca tem pressa. Mia Couto, In Vagas e Lumes imagem: MB, Lisboa, 27.02.2025