Imagens com letras dentro

"Quanto mais objectos de interesse um homem tem, mais ocasiões tem também de ser feliz e menos está à mercê do destino, pois se perder um pode logo recorrer a outro. A vida é demasiado curta para nos permitir interessarmo-nos por todas as coisas, mas é bom que nos interessemos por tantas quantas forem necessárias para preencher os nossos dias." Bertrand Russell, in  A conquista da felicidade,  Guimarães Editores Imagem: MB, Moita, 10.05.2020

"Blue Strange colour blue Sixteen tons on the moon Blue Strange colour blue Coming back to you Pushing through Pouring rain Nearly there Nearly there Oh blue Blue Strange colour blue Sixteen tons on the moon Hey little mister driver man Keep your head up We are nearly there I am racing Outside and below myself Nearly forgot myself there Nearly there Yeah Oh everybody's sleeping now An industrial silence singing And the rain will keep hammering down from over head Now there's a blue, blue strange colour blue Let me dream of me and you Oh how the rain keeps hammering down Pour Oh running down the window Like a vein on my arm Oh running down the window Like a vein on my arm Yeah This is how we do it This is how we do it This is how we do it Nearly there Oh blue Strange colour, a colour blue Yeah, a colour blue Oh, blue blue blue yeah Strange colour, colour blue Yeah, a colour blue Oh blue blue blue yeah Strange colour, a colour blue Oh a colour blue Hey little mister dr

" As chamas ardem como se estivéssemos os dois lá dentro." Fernando Cabral Martins , ÀS ESCURAS, edição 100 Cabeças Imagem: MB, Lisboa, Central Tejo, 13.06.2020

" (...) a realidade interior multiplica-se e excede-se assim que nos apoiamos num «e se...»" Rosa Montero , in  A Louca da Casa,  Livros do Brasil Imagem: MB, Lisboa, MAAT, 13.06.2020

Imperdoável é o que não vivi Imperdoável é o que esqueci Imperdoável é desistir de lutar Imperdoável é não perdoar Tive dois reis na mão E não gostei Vi catedrais no céu Não as visitei Vi carrosséis no mar Mas não mergulhei Imperdoável é o que abandonei Vejo-me cego e confuso nesta cama a latejar O que seria de mim sem o meu sentido de humor Praticamente mudo sinto a máquina a bater É o rugido infernal destas veias a ferver Imperdoável é dispensar a razão Imperdoável é pisar quem está no chão Imperdoável é esquecer quem bem nos quer Imperdoável é não sobreviver Vejo-me cego e confuso nesta cama a latejar O que seria de mim sem o meu sentido de humor Praticamente mudo sinto a máquina a bater É o rugido infernal destas veias a ferver Imperdoável é o que não vivi Imperdoável é o que esqueci Imperdoável é desistir de lutar Imperdoável é não perdoar Não perdoar Não perdoar Não perdoar. Jorge Palma Imagem: MB, Moita, 31.05.2020

CARTA DE AMOR DE FERNANDO PESSOA A OFÉLIA 9.10.1929 "Terrível Bébé: ... Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha tambem. E é bonbom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o Bébé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguem gosta de mim, e tambem porque é que havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao principio, e parece-me que ainda lhe telephono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na bocca, com exactidão e gulodice e comer-lhe a bocca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu hombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir-lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e por que é que a Ophelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gaz e expressão geral de não estar alli mas na pia da casa ao lado

"Muito haveria a dizer do confronto da mão com o sol. Da semente com a terra. Há contudo um lugar onde a paixão se esconde para explodir: o olhar." Eugénio de Andrade ,  Memória doutro rio   Imagem: MB, Almada, 11.11.2017