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Céus cinzentos

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  " E o tempo. Aqueles fabulosos céus cinzentos. Tão perfeitos para a fotografia." Woody Allen , em  A propósito de nada, autobiografia,  Edições 70, 2ª edição, 2020 Imagem: MB, Amora-Seixal, 6 fevereiro 2016 

Teste ...

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  Indeed, this life is a test. It is a test of many things – of our convictions and priorities, our faith and our faithfulness, our patience and our resilience, and in the end, our ultimate desires. Sheri L. Dew Imagem: MB, Gaio, 16.01.2021 

Sentidos

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  Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é. Mas porque a amo, e amo-a por isso, Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem por que ama, nem o que é amar... Alberto Caeiro Trecho de O Guardador de Rebanho s, do livro Poemas de Alberto Caeiro , de Fernando Pessoa   Imagem: MB, Moita, 24.01.2021

Quem te pudesse ver...

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  Quem te pudesse ver na intimidade ondulando nas chamas do desejo, podia ver aquilo que eu só vejo: um diabo vicioso em liberdade. E quem te vê, assim, em sociedade, frágil e doce como é o poejo, corando simplesmente com um beijo, não poderá saber qual a verdade: se és uma, se és outra, se és nenhuma, se tudo em ti é feito por medida, se és talhada em basalto ou se és de espuma. Mas nem que nisso gaste toda a vida, eu hei de descobrir-te. Ver-te, em suma, na minha cama nua e não despida . Joaquim Pessoa , in Sonetos Eróticos Irónicos & Sarcásticos & Satíricos & de Amor & Desamor & de Bem & de Mal Dizer Imagem: MB, Moita, 16.01.2021

Paisagem

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  Desejei-te pinheiro à beira-mar para fixar o teu perfil exacto. Desejei-te encerrada num retrato para poder-te contemplar. Desejei que tu fosses sombra e folhas no limite sereno dessa praia. E desejei: «Que nada me distraia dos horizontes que tu olhas!» Mas frágil e humano grão de areia não me detive à tua sombra esguia. (Insatisfeito, um corpo rodopia na solidão que te rodeia.) David Mourão-Ferreira , in A Secreta Viagem Imagem: MB, Moita, 04.01.2021 

O solitário gesto de viver

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  O solitário gesto de viver não demanda a coragem que há na faca, na ponta do punhal e até no grito de quem fala mais alto e está coberto de razões, de certezas, de verdades. O gesto de viver se oculta em dobras tão íntimas do ser, que o desfazê-las é mais que indelicado, é violência que nem sequer se pode conceber. O gesto de viver é só coragem, mas, de tal forma próprio e incomparável, que não se exprime em verbo, imagem, mímica ou qualquer outra forma conhecida de contar, definir ou explicar. A coragem no gesto de viver está em coisas simples, por exemplo, na diária decisão de levantar. E mais, em se vestir e trabalhar por entre espadas, punhos e navalhas, peito aberto, sem armas, passo firme, e à noite, ainda intacto, regressar. Reynaldo Valinho Alvare z, in O Solitário Gesto de Viver Imagem: MB, Moita 30.01.2021

Quando a tempestade passar

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  Quando a tempestade passar, as estradas se amansarem, E formos sobreviventes de um naufrágio colectivo, Com o coração choroso e o destino abençoado Nós nos sentiremos bem-aventurados Só por estarmos vivos. E nós daremos um abraço ao primeiro desconhecido E elogiaremos a sorte de manter um amigo. E aí nós vamos lembrar tudo aquilo que perdemos   E de uma vez aprenderemos tudo o que não aprendemos.   Não teremos mais inveja, pois todos sofreram. Não teremos mais o coração endurecido Seremos todos mais compassivos. Valerá mais o que é de todos do que o que eu nunca consegui. Seremos mais generosos E muito mais comprometidos Nós entenderemos o quão frágeis somos,    E o que significa estarmos vivos! Vamos sentir empatia por quem está e por quem se foi. Sentiremos falta do velho que pedia esmola no mercado,    Que nós nunca soubemos o nome e sempre esteve ao nosso lado. E talvez o velho pobre fosse Deus disfarçado... Mas você nunca perguntou o nome dele Porque estava com pressa... E tudo