A vida é leve e arrendada Sobre a réstia de espuma da água da chuva, sob o arco trémulo do arco-íris, estou sentado no muro de transição qual homem especado para o mundo. Um após outro, tão embruxados, carregam às costas a cruz do quotidiano. São antigas crianças com asas queimadas, bailarinos que dilaceram os pés nos espinhos, pedintes da doença e da desgraça. Quem eu sigo? Não vendo o tempo que me foi cedido à Ambição nem à Vaidade. Dou-o de bom grado à causa impossível e ao céu estrelado. Supino Latino Imagem: MB, 21.12.2014, Montargil