Quando a ternura for a única regra ...
"um dia,
quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será
talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão
do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando
o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar
com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros
no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá
flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus
braços e não direi
nem uma palavra, nem o princípio de uma
palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade."
acordarei entre os teus braços. a tua pele será
talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão
do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando
o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar
com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros
no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá
flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus
braços e não direi
nem uma palavra, nem o princípio de uma
palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade."
José Luís Peixoto
Imagem: MB, Croácia, Plitvice Jezera, agosto 2012
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