Não me possuo

"Não me possuo.
Cheguei, viajo e parto
quando a luz declinar
nos meus olhos,
quando as mãos se fecharem

sobre ossos descalcificados.
Saltito por horas e horas,
ouvindo nomes, vendo caras,
às vezes insistentes,
outras vezes calmas.
É ainda possível
o tic tac do relógio antigo
ao lado da aparência nova de um projecto
que replica outro e outro
sepultado.
Cruzo as pernas,
balanço a cabeça.
Por muito distante que o mundo possa estar,
as folhas verdes das árvores
escondem ramos, continuidades.
Qualquer momento serve para acordar.
O irreversível que espere,
que morra a esperar."

Supino Latino [https://www.facebook.com/Supino-Latino-170047813504797/]

Imagem: MB, Lisboa, agosto 2019



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