Abraços

Abraços (dueto)
O teu abraço apaga o vinco visível da saudade na minha pele,
Seduz o sossego do meu dia, dissipa o vento frio e o efeito vazio de toda a maré baixa

Abraçar-te é revigorar os sentidos, depura-los um por um...
É simplesmente,
Vestir o teu olhar penetrante, ouvir tentada o dedilhar no meu corpo sedoso, cheirar a sabedoria da espera pelo momento apaziguador, saborear as palavras do silêncio em beijos de lábios abertos, trautear notas soltas da pauta tocada no teu perfil
O teu abraço reluz na névoa do cair da tarde e na lua ainda escondida,
Induz o efeito sôfrego do nascer do dia, navega á proa e afronta a cobardia da solidão
Abraçar-te é restaurar o enredo da história,
Sorrir em degradê de tons rosa, encontrar o arco-íris em dia de sol...
É simplesmente,
renascer a cada segundo envolto em ti, receber te no baloiço do colo, encontrar sintonia na sinfonia das batidas descompassadas que nos vão peito dentro, ter-te o tempo todo no pouco tempo que te tenho.

Rute Pio Lopes

Imagem: MB, Lisboa - Central Tejo, 13.06.2020






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