Vem, serenidade

 

Vem, serenidade!
Vem cobrir a longa
fadiga dos homens,
este antigo desejo de nunca ser feliz
a não ser pela dupla humidade das bocas.
Vem, serenidade!
faz com que os beijos cheguem à altura dos ombros
e com que os ombros subam à altura dos lábios,
faz com que os lábios cheguem à altura dos beijos.
Raul de Carvalho, in Antologia de Poetas Alentejanos


Imagem: MB, Gaio - Moita, 02.11.2020

 


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