Silêncios

 

Quantos dos teus silêncios são
Ruas sem saída ou pedras
Dentro dos rios, quantas
Vozes cabem debaixo da roupa

Que vestes durante o dia. O dia
Nasce antes de poderes saber
Da luz a entrar nos recantos, da
Memória a trazer folhas secas

E estrelas mortas. Quantas indicações
De destino e quantos nomes
Soletrados te acolheram,

Debaixo dos ramos das árvores,
Para que não morresse em ti
O que ainda sobrava do vento fresco.

Rui Almeida


Imagem: MB, Moita, 26.09.2022



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