Perfeitamente desigual

 

Amor perfeitamente desigual.

Com você aprendi, entendi e compreendo que amar é sobre prestar e prestar muito a atenção, no que eu falo, no que sinto, do que gosto, do que me faz sorrir, do que me faz chorar, e principalmente o que me deixa brava.

Isso porque você presta a atenção em cada detalhe no que se refere a mim, é meio clichê dizer que você sabe mais de mim, até mais do que eu mesma, meu filme favorito, meu livro preferido, a quantidade de açúcar no meu café, minha música predileta, e também o meu poeta, sabe o quanto sou metade lúcida e metade insana, e diz que isto te encanta, dar risada do meu gosto duvidoso por pão dormido, mas é sorrindo que o divide comigo, acha o máximo eu usar uma meia diferente em cada pé, isso me faz única para você, e só um pouquinho “louca”!

Então, foi quase se me dar que me descobrir te amando, em cada vez que você me olha e de verdade me ver, pois quando te vejo, entre coisas que são minhas e são tuas, eu também me vejo, e se é verdade que Deus mora nos detalhes, então inexoravelmente só posso concluir que o amor é quando prestamos a atenção aos pequenos e mínimos detalhes que compõem a pessoa que amamos, nem sempre é fácil, na verdade é um exercício diário, uma estrada de mão dupla, uma empreitada que requer paciência, dedicação, momentos de indecisões, e muitas consultas ao nosso coração.

Com você aprendo que amar é também não precisar nos anular, deixar de ser quem somos, pois o cuidar do outro é dar espaço para que o outro exista tal qual ele é, no caso eu notívaga, madrugadas após madrugadas escrevendo, e você quase sempre dorme.

E hoje mais do que nunca entendo, quando você me disse que: “amor não é uma junção dos opostos que se atraem, mas de dois dispostos que de verdade se importam um com o outro.” E aí cabe todas as diferenças.

E foi então que entendi que não importa o que falta, não existe nada que não possa ser superado, vale o amor, vale o comprometimento, e a confiança de que no final tudo sempre fica bem, porque estamos juntos, e assim não posso esquecer que o nosso para sempre é também para depois de para sempre, e antes que eu esqueça, somos um par de meias desigual que ao se encontrarem tornaram-se perfeitas!


Núbia Lima, in O apanhador de poesias, recanto de missivas e voos.


Imagem: MB, Moita, 29.01.2023




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