Parar
"Porque resistimos tanto a parar e a encontrar formas de repouso que nos devolvam a nós próprios? Por uma razão simples: o movimento parece-nos mais fácil de viver. Ele preenche o tempo, mantém-nos ocupados dentro dos seus círculos de vertigem, enquanto o repouso tantas vezes começa com a sensação de um esvaziamento, surpreendente, incómodo, duro de lidar. Por isso, fugimos do repouso verdadeiro, em que o encontro connosco é inexcusável."
José Tolentino de Mendonça, Estou aqui à espera de nada (excerto), in O pequeno caminho das grandes perguntas, Quetzal
Imagem: MB, Moita, 24.01.2024
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