Deito-me ao comprido na erva...
Deito-me ao comprido na erva E esqueço tudo quanto me ensinaram. O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio. O que me disseram que havia nunca me alterou O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos. O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava. Alberto Caeiro Poemas Inconjuntos , In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001 Imagem: MB, Lisboa, junho 2021