Até amanhã
![Imagem](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgWk21slZCt_UHDeWF9YJE704eMPCtCOTKnOrw1018Vo7q8NAObeQxaTWD8SIgEfS2U9IYnkp2IxFDP8gq3AUvIo6lJR4s-R22QIQizONBI-Ns2N_GOK-UnKqBWu42ECRSZcowVry3xMOmYYpAhy1UKP20P2tuBZmdx6DAxBzLiBPBmx0csh-lYujOZHQ/w640-h480/20230228_083606.jpg)
Sei agora como nasceu a alegria, como nasce o vento entre barcos de papel, como nasce a água ou o amor quando a juventude não é uma lágrima. É primeiro só um rumor de espuma à roda do corpo que desperta, sílaba espessa, beijo acumulado, amanhecer de pássaros no sangue. É subitamente um grito, um grito apertado nos dentes, galope de cavalos num horizonte onde o mar é diurno e sem palavras. Falei de tudo quanto amei. De coisas que te dou para que tu as ames comigo: a juventude, o vento e as areias. Eugénio de Andrade, in Até Amanhã Imagem: MB, Barreiro, 28.02.2023