Mensagens

Para fazer uma revolução...

Imagem
  Para fazer uma revolução, basta desobedecer aos donos. Ou seja,  imitar os gatos. Afonso Cruz , PAZ TRAZ PAZ , edição Companhia das Letras Imagem: MB, Maggie, 23.11.2020 

Recomeçar viagem

Imagem
  "A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse: “Não há mais o que ver”, sabia que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."  José Saramago Imagem: MB, Loire, França, agosto 2016

O guarda-rios

Imagem
  É tão difícil guardar um rio quando ele corre dentro de nós Jorge Sousa Braga, in  O poeta nu (poesia reunida),  edições Assírio & Alvim Imagem: MB, Moita, 03.05.2021 (composição) 

Janelas

Imagem
  Houve um tempo que das janelas se viam os campos, o mar ao longe. Olhavam-se os telhados das casas. Avistava-se o vizinho defronte. Surgiram depois outras janelas. A televisão ligada. A janela de um ônibus correndo, de um carro numa estrada erma. Me lembro da janela do colégio aberta e o professor desaparecendo... Do Micro diante do meu filho. Janelas de todos os feitios. Como setas que nos enviam pra longe. Para um mundo sem fim nem começo. Rogerio Skylab , in Revista Pessoa Imagem: MB, Chambord - França, agosto 2016 

Estrada infinda

Imagem
  Há tantas maneiras  de dar um passo em frente e dizer "eu amo a vida" - mas para a vida dizer que nos ama há esta estrada infinda. Artur do Cruzeiro Seixas , OBRA POÉTICA II  , edição Porto Editora Imagem: MB, Moita - Gaio, 26-4-2021 

Fuga

Imagem
  Onde ficava o mundo? Só pinhais, matos, charnecas e milho para a fome dos olhos. Para lá da serra, o azul de outra serra e outra serra ainda. E o mar? E a cidade? E os Rios? Caminhos de pedra, sulcados, curtos e estreitos, onde chiam carros de bois e há poças de chuva. Onde ficava o mundo? Nem a alma sabia julgar. Mas vieram engenheiros e máquinas estranhas. Em cada dia o povo abraçava outro povo. E hoje a terra é livre e fácil como o céu das aves: a estrada branca e menina é uma serpente ondulada e dela nasce a sede da fuga como as águas dum rio. Fernando Namora , Terra Imagem: MB, Moita 06.04.2021  

O conteúdo e a forma

Imagem
  "Quando não há conteúdo, o que (pre)ocupa é a forma". MLSegurado Imagem: MB, Lisboa, 22-3-2021