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Poema de Natal
Para isso fomos feitos: Para lembrar e ser lembrados Para chorar e fazer chorar Para enterrar os nossos mortos — Por isso temos braços longos para os adeuses Mãos para colher o que foi dado Dedos para cavar a terra. Assim será nossa vida: Uma tarde sempre a esquecer Uma estrela a se apagar na treva Um caminho entre dois túmulos — Por isso precisamos velar Falar baixo, pisar leve, ver A noite dormir em silêncio. Não há muito o que dizer: Uma canção sobre um berço Um verso, talvez de amor Uma prece por quem se vai — Mas que essa hora não esqueça E por ela os nossos corações Se deixem, graves e simples. Pois para isso fomos feitos: Para a esperança no milagre Para a participação da poesia Para ver a face da morte — De repente nunca mais esperaremos... Hoje a noite é jovem; da morte, apenas Nascemos, imensamente. Vinícius de Moraes , in Antologia Poética Imagem: MB, Moita, 15.12.2024
A Moita parece ser um palco de imagens extraordinárias, mesmo as mais comuns. Ou será a (arte da) fotografia, que nos revela esse olhar?... ;-)
ResponderEliminarA Moita presta-se a capturas de imagem extraordinárias, mesmo nos pontos onde se evidencia decadência. Tudo (ou quase) depende dos olhos de quem vê ��
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