" O tempo demora a passar em todos os instantes, Alonga-se em passadeiras devassas por semáforos sem via, Indiferente, habituado a acordar tarde, Em vagas lentas, abandonadas, preguiçosas, Nos dias em que nada mais há do que eu e aquele dia. E depois, o passar do templo resplandece A cada eco dos teus momentos, Atordoa e fere todas as sombras que os ameaçam, Cresce, estremece, na medida da nossa procura, Na avidez de titãs reencontrados, em confronto, Agitando-se, Amando e odiando, Cada réstia de tempo que une e vicia, Amarra-nos." Daniel Costa-Lourenço , Tempo, in Heróis (chamamento) Imagem: MB, Almada, 12.11.2017