Porque não vens agora?

 

Porque não vens agora, que te quero,
E adias esta urgência?
Prometes-me o futuro, e eu desespero.
O futuro é o disfarce da impotência...

Hoje, aqui, já, neste momento,
Ou nunca mais.
A sombra do alento é o desalento...
O desejo é o limite dos mortais.

Miguel Torga, ANTOLOGIA POÉTICA, edição Dom Quixote


Imagem: MB, Moita, 25.10.2020 



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