Abraça-me

 

Abraça-me. Veste o meu corpo de ti, para que em ti eu possa buscar o sentido dos sentidos, o sentido da vida. Procura-me com os teus antigos braços de criança, para desamarrar em mim a eternidade, essa soma formidável de todos os momentos livres que a um e a outro pertenceram. Abraça-me.

Quero morrer de ti em mim, espantado de amor.

Joaquim Pessoa, in Ano Comum

Imagem: MB, Moita, 23.12.2024



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